quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Bossa Nossa Trio na Faccat



Estes são registros do show do Bossa Nossa Trio, formado por Jefferson Marx (guitarra), José Carlos Porzio (teclado) e Paulo Lata Velha (sax e clarinete), sócio da PalcoVivo, no auditório das Faculdades de Taquara (Faccat), na noite do dia 28 de agosto.


O show encerrou a terceira edição do evento "Momento Mulher". O trio fez uma homenagem aos 50 anos da bossa nova, tocando clássicos do gênero como "Wave", "Chega de Saudade" e "Influência do Jazz". Boa música, sob coordenação da PalcoVivo.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Maria da Glória


Mirian Ribeiro nos anos 70


Pois foi justamente nos “anos de chumbo” que Maria da Glória começou a descobrir o mundo, a vida e o que estava a sua volta. Graças, ela não sabe a quem, estava se libertando. Primeiro, dos preconceitos; segundo, do medo de ser mulher. Estava deslumbrada. Ela era dona de si. Deixava para trás um tempo de trevas. Era a própria Fênix, ressurgia das cinzas.

O tempo era final dos anos 60, início dos 70. O mundo todo estava em ebulição. Por aqui, as coisas eram bem trancadas e vigiadas. Movimentos surgiam, uns contra, outros a favor. Ela não se esquece de um em especial: Tradição, Família e Propriedade. Podre de careta. Ela curtia muito ir gritar junto com os amigos e colegas no centro da cidade: “Abaixo o TFP”.

Glorinha tinha voltado a estudar. Estava fazendo cursinho para prestar exame de vestibular, e é claro que só existia um caminho a seguir: fazer faculdade dos meios de comunicação, pois cursando comunicação ela estaria ligada e envolvida a tudo o que estava detonando o mundo. Era fascinante: Jean-Luc Godard, “Weekend à Francesa”, homem na Lua, Amizade Colorida, Chico, Caetano, Gil, Tropicália, Pasquim, Cinema Novo, Leila Diniz, acampamento em Garopaba, PUC, PUC.

Trinta anos depois, vamos encontrar Maria da Glória tão inquieta quanto naquele tempo. Hoje vivendo de uma forma alternativa e tendo certeza de que aqueles anos de intenso convívio fraterno na Famecos foram sem sombra de dúvidas os seus Anos Dourados.

(Texto escrito por Mirian Ribeiro, diretora da PalcoVivo, em 2003)

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Lançamento do site Mínimo Múltiplo

Por Lucas Colombo(Colaborador da Palcovivo)
“Cinema, literatura, música, teatro e – tá bom, vai – política.”

É com essas palavras – impressas nos seus cartões e marcadores de página – que o site
Mínimo Múltiplo se apresenta. E foi com um belo evento na noite do último dia 25 que ele deu início às suas atividades. A livraria Letras & Cia, em Porto Alegre, foi o cenário da estréia. Os convidados – jornalistas, artistas, parceiros, colaboradores e amigos – puderam aproveitar o coquetel e conferir as apresentações artísticas, todas a cargo da PalcoVivo, parceira do site.

Na abertura, o jornalista Lucas Colombo, editor e colunista do MM e também parceiro da PalcoVivo, cumprimentou os presentes e expôs algumas das razões que o levaram a criar o site. “Uma das razões mais fortes para o lançamento do Mínimo Múltiplo foi o estímulo ao debate. Nós vivemos em um país muito carente de discussões, de troca de idéias. O que acontece, geralmente, é que o brasileiro acredita em qualquer coisa, ou não dá bola pra nada. Os dois casos são ruins. Então, é importante gerar discussões, troca de argumentos. E a Internet é um meio adequado para isso, pois permite uma interatividade muito grande”, afirmou Lucas.


Lucas Colombo, diretor do Mínimo Múltiplo


Em seguida, Lucas anunciou as atrações da noite: a atriz e diretora Mirian Ribeiro faria leituras de poemas e crônicas, e o músico Paulo Lata Velha, prêmio Açorianos 2007, faria o “som”, acompanhado por Iben Ribeiro. A primeira canção foi “Something”, dos Beatles, com Iben no violão e no vocal e Lata Velha no saxofone.

Lata Velha, Iben e “Something”


Mirian entrou logo depois, para ler um fragmento do “Poema Sujo”, de Ferreira Gullar. Lata Velha a seguiu, tocando “Fotografia”, de Tom Jobim.

Lata Velha e a bossa de Jobim


A noite, é claro, tinha mais literatura e música. Mírian provocou sorrisos na platéia ao ler o texto “História de Coisa”, uma reflexão de Clarice Lispector sobre um “objecto vivo”: o telefone. Lata Velha ‘emendou’ com “There Will Never Be Another You” (Warren/Gordon), um clássico do jazz.

Mírian interpretando Clarice Lispector


“Que importa o sentido, se tudo vibra?” – declamou Mirian, na última estrofe do poema “Se”, de Alice Ruiz. Lata Velha e Iben Ribeiro, então, fizeram o grand finale: interpretaram “Madison Blues”, de Elmore James. A noite foi encerrada em grande estilo.

Veja mais fotos do coquetel de lançamento do Mínimo Múltiplo:

Lucas Colombo com o dono da livraria, Gustavo Hickmann, e o MM na tela


Lucas e Leandro Schallenberger, colunista do site


Lucas e Mírian


Lucas e Diogo Roehrs, também integrante da PalcoVivo


Mírian Ribeiro em ação

terça-feira, 22 de abril de 2008

Teresinha, tê , teretetê!!!


Quarta-feira, 23 de abril de 2008

Teresinha, tê , teretetê!!!

Variações sobre um mesmo nome, uma pessoa que está de aniversário hoje, dia 23 de abril,
dia de São Jorge guerreiro. A natureza a fez pequena, mas seu espírito, ah, esse é grande em tudo. Compreensão, boas palavras, cumplicidade e muito amor.

Um dia eu entreguei um tesouro nas mãos dessa mulher. Ela o protegeu e cuidou, doando a sua vida; e saibam, cuida até hoje de uma outra forma, mas sempre com bons olhos.

Muito obrigado é pouco. Fazemos todos nós, os Ribeiros, caramuru para ti.
Muitos beijos e saúde dos filhos e netos da Palcovivo Produtora Cultural e Audiovisual.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Musa de Qualquer Geração


Em abril, a PalcoVivo completa seis meses de atividades.

Para recordar a estréia, aqui vai o texto que o jornalista Ivan Mattos escreveu em homenagem à nossa diretora, Mírian Ribeiro, lido no evento de lançamento da produtora, em outubro de 2007:



MUSA DE QUALQUER GERAÇÃO

Pare de se cutucar ou perguntar para o vizinho da mesa ao lado quem é Mirian Ribeiro! Se você ainda não sabe, os mitos somos nós mesmos quem criamos, e, pra ser mito, é preciso ter muita ginga.

Mais do que uma atriz, ela é uma personalidade inesquecível, impagável, capaz de se rasgar inteirinha em cena ou encher seus (nossos) olhos d’água.

Mirian possui esta fascinante qualidade (ou star qualities) de emprestar aos seus personagens a sua própria personalidade, ao mesmo tempo exuberante e iluminada. Daí seu lado mitológico. Cria pra si identidades nebulosas, que se confundem com ela própria.

Caio Fernando Abreu diz que Mirian tem a boca de Mick Jagger. Ivo Bender a batizou de “Noca Butão”. Mas quando se refere a ela mesma, sentencia: “eu, Mirian Ribeiro...” – e não se discute mais.

Atriz de teatro, ela já trabalhou com tanta gente, que não há quem não conheça seu lado folclórico nos bastidores de uma peça: fica nervosa, fuma horrores, se engrizilha nas contra-regragens, mas não deixa de dizer uma bobagem segundos antes da cortina se abrir.

Enfim, dizer mais seria dé, dé, dé...

Acotovele-se na sua mesa e você, sim, vai baixar de suas tamancas douradas para aplaudir Mirian Ribeiro, uma musa de qualquer geração.


Ivan Mattos
Porto Alegre, junho de 1987

sexta-feira, 14 de março de 2008

POA, à noite, uma vez


Paulo Lata Velha e Tenison Ramos, tocando na noite porto-alegrense


Comentando com meu parceiro Lata Velha sobre a morte do também parceiro musical de algumas idéias e sonhos Tenison Ramos, nós lembramos de um tempo em que freqüentar casa com música ao vivo tinha glamour. Ouvia-se boa música, de forma intensa, vibrando em silêncio e aplaudindo!

Perdemos um grande músico, que viveu tudo isso. Será que ele encheu o saco disso tudo que tá aí? Bem, quem viu e ouviu sabe do que eu estou falando. Ele era o molho ("Pomarola") para qualquer som de responsa.

Valeu, amigo! Ainda ouvimos a tua risada.

- Mírian Ribeiro, com Paulo Lata Velha e Iben Ribeiro



(Homenagem da PalcoVivo ao músico Tenison Ramos, que fez sua "passagem" recentemente.)


sexta-feira, 7 de março de 2008

Oito de Março

"Vitória de Samotrácia", escultura de mármore do período helenístico (séc. II a.C.) que representa a deusa Atena Niké. Seus pedaços foram encontrados em 1863, nas ruínas do Santuário dos Grandes Deuses de Samotrácia, na ilha de mesmo nome, no Mar Egeu. Atualmente, está em lugar de destaque numa das escadarias do Museu do Louvre, em Paris.


"Se os mortais conquistaram um lugar no Olimpo, o feito não se deve a um herói masculino divinizado, mas a uma Psique apaixonada. A mulher humana, como indivíduo, escalou o Céu e, a partir daí, na perfeição conquistada pelo mistério do amor, a mulher encontrou-se lado a lado com os arquétipos da humanidade inteira, os deuses imortais".
- Junito de Souza Brandão, em texto sobre o mito de Eros e Psique.


Homenagem da PalcoVivo ao Oito de Março, Dia Internacional da Mulher.


sábado, 9 de fevereiro de 2008

Bom dia, gralha azul! Obrigado, sol!

Saí em viagem no final do ano, tipo ‘sócio-afetiva’. Conheci lugares novos, por conseqüência pessoas. Revi outras muito importantes, pois fazem parte dessa minha trajetória de Mirian. Excelentes encontros e piqueniques culturais (e etílicos!). Nada muito exagerado, afinal o tempo passou e esse não perdoa.

Comecei por Brasília. Sábado, 29 de dezembro, cheguei e fui recebida por amigos de copo e de cruz. Foram ótimos cicerones – fizeram questão que eu saísse de lá entendendo a grande sacada do Niemeyer e do Lúcio Costa. Confesso que entendi, mas não me peçam para opinar sobre aquele modelo arquitetônico clean...

Dia 31, tomei o rumo de Goiânia. Cheguei no meio da tarde e fui recebida pelas lindas e amadas filha e neta.

Yasmin e Danuza, neta e filha de Mírian

Fiquei pela região (devidamente vacinada!) durante 17 dias. A cidade é moderna e tem um custo de vida mais barato que Porto Alegre. O povo é pau-ferro, só que eu tinha dificuldade para entender o que eles diziam: é quase um dialeto.

Mirian na piscina de um clube de Goiânia

Além de Goiânia, conheci mais duas cidades do interior: Pirinópolis e Caldas Novas. Interessantes, mas, como diria Paulinho da Viola, ‘nada capaz de despertar minha alegria’.

Mirian apreciando e sentindo o perfume das flores do cerrado

Saí de lá dia 17, de ônibus. O trajeto foi Minas-Sampa-Rio. Estradas lotadas de caminhões. É caótico o fato de não existir trens nesse país continental. ‘Crescei e multiplicai-vos’; para mim é a grande praga, que existe até hoje. As outras, foram só durante um período. Essa se repete ano após ano, por seculos seculorum. Aí o negócio fica complicado. Para enfrentar tudo isso, ‘É preciso estar atento e forte’...

O Rio, como diz o samba de Djavan executado em horário nobre na TV, ‘podem dizer o que quiser (...), casa do samba e do amor, do Redentor, louvado seja o Rio’. Zona Sul, beleza pura!

Dia 19, 23 horas, eu, Mirian Ribeiro, e Vera Souza tomamos um táxi em frente ao nosso hotel em Copacabana, posto seis, e ordenamos ao motorista que nos levasse à quadra da Estação Primeira de Mangueira. Há 16 anos, eu e minha amiga juramos que voltaríamos para sambar na quadra da escola. Mais uma vez, foi fantástico. Saímos de lá por volta de cinco da manhã, suadas e realizadas. Fiquei mais uns dias no Rio para resolver outros assuntos ‘sócio-afetivos’. Dia 26, sábado à noite, eu já estava na minha casa, meu reino, onde, ao amanhecer do outro dia, fui acordada pelo grasnar de uma gralha azul. Espiei pela janela e a vi, com aquele azul todo, iluminada pelo sol. Foi uma ‘viagem’...

Mírian Ribeiro