sábado, 9 de fevereiro de 2008

Bom dia, gralha azul! Obrigado, sol!

Saí em viagem no final do ano, tipo ‘sócio-afetiva’. Conheci lugares novos, por conseqüência pessoas. Revi outras muito importantes, pois fazem parte dessa minha trajetória de Mirian. Excelentes encontros e piqueniques culturais (e etílicos!). Nada muito exagerado, afinal o tempo passou e esse não perdoa.

Comecei por Brasília. Sábado, 29 de dezembro, cheguei e fui recebida por amigos de copo e de cruz. Foram ótimos cicerones – fizeram questão que eu saísse de lá entendendo a grande sacada do Niemeyer e do Lúcio Costa. Confesso que entendi, mas não me peçam para opinar sobre aquele modelo arquitetônico clean...

Dia 31, tomei o rumo de Goiânia. Cheguei no meio da tarde e fui recebida pelas lindas e amadas filha e neta.

Yasmin e Danuza, neta e filha de Mírian

Fiquei pela região (devidamente vacinada!) durante 17 dias. A cidade é moderna e tem um custo de vida mais barato que Porto Alegre. O povo é pau-ferro, só que eu tinha dificuldade para entender o que eles diziam: é quase um dialeto.

Mirian na piscina de um clube de Goiânia

Além de Goiânia, conheci mais duas cidades do interior: Pirinópolis e Caldas Novas. Interessantes, mas, como diria Paulinho da Viola, ‘nada capaz de despertar minha alegria’.

Mirian apreciando e sentindo o perfume das flores do cerrado

Saí de lá dia 17, de ônibus. O trajeto foi Minas-Sampa-Rio. Estradas lotadas de caminhões. É caótico o fato de não existir trens nesse país continental. ‘Crescei e multiplicai-vos’; para mim é a grande praga, que existe até hoje. As outras, foram só durante um período. Essa se repete ano após ano, por seculos seculorum. Aí o negócio fica complicado. Para enfrentar tudo isso, ‘É preciso estar atento e forte’...

O Rio, como diz o samba de Djavan executado em horário nobre na TV, ‘podem dizer o que quiser (...), casa do samba e do amor, do Redentor, louvado seja o Rio’. Zona Sul, beleza pura!

Dia 19, 23 horas, eu, Mirian Ribeiro, e Vera Souza tomamos um táxi em frente ao nosso hotel em Copacabana, posto seis, e ordenamos ao motorista que nos levasse à quadra da Estação Primeira de Mangueira. Há 16 anos, eu e minha amiga juramos que voltaríamos para sambar na quadra da escola. Mais uma vez, foi fantástico. Saímos de lá por volta de cinco da manhã, suadas e realizadas. Fiquei mais uns dias no Rio para resolver outros assuntos ‘sócio-afetivos’. Dia 26, sábado à noite, eu já estava na minha casa, meu reino, onde, ao amanhecer do outro dia, fui acordada pelo grasnar de uma gralha azul. Espiei pela janela e a vi, com aquele azul todo, iluminada pelo sol. Foi uma ‘viagem’...

Mírian Ribeiro