Em abril, a PalcoVivo completa seis meses de atividades.
Para recordar a estréia, aqui vai o texto que o jornalista Ivan Mattos escreveu em homenagem à nossa diretora, Mírian Ribeiro, lido no evento de lançamento da produtora, em outubro de 2007:
MUSA DE QUALQUER GERAÇÃO
Pare de se cutucar ou perguntar para o vizinho da mesa ao lado quem é Mirian Ribeiro! Se você ainda não sabe, os mitos somos nós mesmos quem criamos, e, pra ser mito, é preciso ter muita ginga.
Mais do que uma atriz, ela é uma personalidade inesquecível, impagável, capaz de se rasgar inteirinha em cena ou encher seus (nossos) olhos d’água.
Mirian possui esta fascinante qualidade (ou star qualities) de emprestar aos seus personagens a sua própria personalidade, ao mesmo tempo exuberante e iluminada. Daí seu lado mitológico. Cria pra si identidades nebulosas, que se confundem com ela própria.
Caio Fernando Abreu diz que Mirian tem a boca de Mick Jagger. Ivo Bender a batizou de “Noca Butão”. Mas quando se refere a ela mesma, sentencia: “eu, Mirian Ribeiro...” – e não se discute mais.
Atriz de teatro, ela já trabalhou com tanta gente, que não há quem não conheça seu lado folclórico nos bastidores de uma peça: fica nervosa, fuma horrores, se engrizilha nas contra-regragens, mas não deixa de dizer uma bobagem segundos antes da cortina se abrir.
Enfim, dizer mais seria dé, dé, dé...
Acotovele-se na sua mesa e você, sim, vai baixar de suas tamancas douradas para aplaudir Mirian Ribeiro, uma musa de qualquer geração.
Porto Alegre, junho de 1987
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